Filha de outra, mãe de alguma, prima de tantas, senhora de todas;
Mulher,
Parceira de um, amiga de muitos, senhora de todos.
És assim, mulher: submissa, autoritária, partidária, poderosa.
Amante, companheira, meiga, segura e duvidosa.
Mulher, com tantos seres em adjetivos múltiplos, és única; única pra mim, única pra nós, única pra todos.
És pausa entre notas longas de uma melodia, pois és canção, ritmo e rebeldia.
És grito; berrante histérico no agrupamento do bando, porque és voz ouvida, palavras respeitadas, ordens cumpridas.
És mãos que acenam, que agridem, que afagam, que lutam;
És pés que caminham, mas que também chutam;
És olhos, abertos para a vida e fechados para todas as outras coisas.
Mulher, arteira, preguiçosa, trabalhadeira, formosa, dengosa; sim, muito dengosa, com jeitinho de menina e de senhora.
Mulher, só mulher. Minha, nossa, do mundo; sim, universal.
E por seres tantas em apenas uma, mereces, do mundo, ter teu, somente teu, um dia, o teu dia.
Mulher, rainha, deusa, certinha, com erros tantos, que não te desqualificam, mas que te definem. Mulher de linha.
Professor Nicolau Salerno